Redução do ICMS não impactou no preço do óleo diesel e sindicato prevê paralisação no Piauí.
A queda da alíquota do ICMS sobre a gasolina tem repercutido de forma positiva entre consumidores do produto em todo Piauí. Porém, a situação não é comemorada por caminhoneiros que não foram contemplados com a redução, já que a alíquota do óleo diesel já era de 18%.
Em entrevista ao Balanço Geral Manhã, da TV Antena 10, o presidente do Sindicato dos Transportadores de Cargas e Logística do Piauí (Sindicapi), Humberto Lopes, pontuou a situação dos caminhoneiros como dramática alegando que uma paralisação já começa a acontecer no estado.
“O setor de transporte rodoviário de cargas já vem sofrendo as consequências desses aumentos constantes do óleo diesel de maneira bem elevada. Desse último aumento foi em torno de 15%. Quem acha que a redução da gasolina vai baixar o preço dos produtos, engana-se. Não vai. No Brasil tudo que se consome é transportado em cima de caminhão. O caminhão roda com óleo diesel, o óleo diesel representa em torno de 50 a 60% do nosso negócio. O pior é que a expectativa é que se aumente já. A situação está insustentável porque o carreteiro está parando. Não é uma greve. É pior do que uma greve. Porque ele está parando sem condições de trabalho", disparou.
O sindicalista relatou que além do aumento do preço do óleo diesel também vem acontecendo um aumento do preço de outros produtos, como pneu, recapagem e peças. Com a ausência da redução do óleo diesel, Humberto Lopes, afirmou que a categoria vem se sentindo esquecida pelo poder público.
“Já está acontecendo, é uma realidade. Os caminhoneiros autônomos estão parando e eles são os maiores parceiros do setor de transporte de carga. É uma situação difícil e tem que ser vista de imediato. Estamos em uma ano político, as coisas estão acontecendo, mas esqueceram do carreteiro”, disse.
O presidente do sindicato explicou que o agravante da situação tem sido o frete interestadual que aumenta em contrapartida ao aumento do óleo diesel e inviabiliza as viagens para os caminhoneiros. Ele detalhou que já há casos de caminhoneiros, junto a seus familiares, parados por falta de condições de trabalho adequadas que compensem o frete para retorno as suas cidades.
“O grande problema está na transferência, ou seja, mercadoria que vem de fora para abastecer Teresina. O frete carreteiro, nesses últimos seis meses, aumentou em 56%. Mesmo assim não deu para chegar. O nosso óleo diesel vem do Maranhão, vem do Ceará. Ele se torna até mais caro por conta da logística. Então tudo isso complica”, narrou.
O presidente encerrou alegando que a solução seria subsidiar o óleo diesel. “Tem que se tomar uma providência, ou seja, tem que se subsidiar o óleo diesel. Está na mão do Governo Federal. Já que ele subsidiou todo o imposto do ICMS da gasolina ele tem condição também de fazer isso”, disse.
Na quinta-feira (20) os presidentes dos Sindicatos do Nordeste e representantes da Confederação estarão em Teresina para uma reunião. Na ocasião eles vão tratar do assunto de forma urgente.
Fonte: Portal A10+