Cerca de 96% dos municípios do Piauí informaram ao Conselho de Secretarias Municipais de Saúde (Cosems-PI ) que estão sem medicamentos ou com estoque baixo para o tratamento de doenças como pneumonia, gripe e dengue. Além disso, há registros de falta de citocina, medicamento que induz o parto de gestantes. O percentual apresentado representa 216 dos 224 municípios piauienses.
O alerta foi feito pela vice-presidente do Cosems-PI, Leopoldina Cipriano, secretária de Saúde de Miguel Alves. Ao Cidadeverde.com, ela informou que o Conselho tem dialogado com o Ministério da Saúde para encontrar uma solução para a falta de medicamentos há meses. Porém, até a solução do problema, a realidade nos municípios piauienses tem se agravado.
Entre os principais medicamentos em falta estão soro, dipirona, a amoxicilina, ambrosio, prednisona, falvulonato e ocitocina. Para suprir a ausência desses medicamentos, os profissionais da saúde estão prescrevendo medicamentos similares para não deixar o paciente sem tratamento; ou então comprando de fornecedores medicações mais caras para o tratamento das doenças citadas.
"Solicitamos a um fornecedor seis mil dipironas injetáveis. Ele só teve condição de entregar 500 porque alegou que precisava dividir com outros clientes. Além disso, elevou o preço do acordado na licitação porque não tinha como manter o preço anterior devido às dificuldades em adquirir insumos", relatou Leopoldina Cipriano.
Dos 224 municípios piauienses, 216 deles (96,42%) preencheram um formulário alegando dificuldades com a falta de medicamentos na região. Apesar de o número não ser 100%, Cipriano afirma que todos os municípios no estado estão enfrentando essa realidade.
"E não só o Piauí, mas todo o país. Já fomos ao Ministério da Saúde e relatamos isso. Precisamos que eles dialoguem com os fabricantes, produtores de medicamentos para garantir que não tenha esse desabastecimentos. E que, se necessário, faça a aquisição fora do país. Não nos deram nenhum prazo", lamentou a vice-presidente do Cosems-PI.
O Cidadeverde.com entrou em contato com o Ministério da Saúde para buscar esclarecimentos a respeito da situação relatada pelos gestores municipais, mas, até a publicação da matéria, não obteve um retorno. O espaço permanece aberto para esclarecimentos.
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