Fundação Dom Edilberto Dinkelborg e Cefas realizará Fórum Social Fraternidade e Fome
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Publicado em 12/04/2023

“Quem tem fome não pode esperar”

“A fome dos outros condena a civilização dos que não têm fome”

Dom Hélder Câmara

“Temos de ir à procura das pessoas, porque podem ter fome de pão ou de amizade.”

Madre Teresa de Calcutá

 

A fome, do ponto de vista biológico, é um instinto natural e poderoso de sobrevivência presente em todos os seres vivos. Toda criatura tem necessidade de alimentar-se para proporcionar o seu próprio desenvolvimento. Em nossos dias, para muitas pessoas, a questão alimentar assume aspectos dramáticos, devido a imensas catástrofes naturais, sociais e, sobretudo, devido às violências e desigualdades implementadas por falta de políticas públicas eficazes. Além disso, “sentir fome” expressa a carência de alguma coisa que vai muito além do alimento físico, bem como implica numa urgência na busca de saciar essa necessidade. 

 

A partir dessa constatação e considerando a urgência do saciar “as fomes” do povo, especialmente o do território do Vale do Canindé, a Fundação Dom Edilberto Dinkelborg - FUNDED e o Centro Educacional São Francisco de Assis - CEFAS, promovem o FÓRUM SOCIAL FRATERNIDADE E FOME: “Quem tem fome não pode esperar”, convidando-nos a refletir sobre as necessidades mais latentes do povo, considerando a fome como referência para nosso diálogo. Para tanto, é preciso reconhecer que a fome, enquanto carência de algo, ultrapassa as discussões sobre insegurança alimentar, uma vez que há diversos tipos de fome que devem fazer parte deste diálogo, como por exemplo: Fome de alimento, fome de paz, fome de esperança, fome de água, fome saneamento básico, fome de educação, fome de solidariedade, fome de moradia ou seja, aspectos inerentes à nossa condição humana e que são condicionantes para que, efetivamente sejamos humanizados.

De maneira simbólica, ter fome é estar vivo, é não aceitar, muitas vezes, situações degradantes a que somos expostos e que nos deixam vulneráveis. Assim sendo, neste Fórum vamos buscar entender quais as fomes que temos e como, enquanto comunidade e unidos fraternalmente, podemos minimizar essas necessidades por meio da educação, usando esta como meio e como fim na construção de uma sociedade mais justa e solidária.

 

O novo Relatório sobre as Desigualdades Mundiais apresentado em 2022, refere- se ao Brasil como "um dos países mais desiguais do mundo" e diz que a discrepância de renda no país "é marcada por níveis extremos há muito tempo". Do mesmo relatório, os números das Nações Unidas mostram que não ter comida todos os dias na mesa é um problema que afeta gente no mundo todo, porém o Brasil está pior do que a média global. A porcentagem de pessoas em insegurança alimentar moderada e grave é mais alta aqui. São 61 milhões de brasileiros que enfrentaram dificuldades para se alimentar entre 2019 e 2021. Dados alarmantes apontam que, atualmente, mais de 33 milhões de brasileiros passam fome. 105 milhões alimentam-se apenas uma refeição por dia. Números preocupantes considerando que a população brasileira é mais de 214,3 milhões de habitantes.

A fome é um dos resultados mais cruéis da desigualdade social que assola nosso país. Inicialmente atinge os mais vulneráveis, mas atinge, contudo, a todos, e diz respeito à sociedade inteira.

O Brasil e o mundo sentem fome em diversos aspectos. Milhões de brasileiros e brasileiras vivem a triste situação de não poder se alimentar nem dar aos seus filhos o alimento indispensável a cada dia. Junta-se a isso o fato de que muitos brasileiros e muitos piauienses têm outras necessidades urgentes, entre elas, água potável, saneamento básico, segurança e educação de qualidade. A partir da garantia destas será possível saciar a fome de esperança, paz e solidariedade. Considerando que o povo não tem fome apenas de comida, este Fórum vai abordar este e outros tipos de fome que flagelam a nossa gente.

Por fim, desejamos que este Fórum Social seja vivido em forte espírito de solidariedade para com os nossos irmãos que sentem as mesmas “fomes” que sentimos de maneira mais latente e urgente. Que o nosso olhar para o próximo seja um olhar empático. Que saibamos encontrar soluções possíveis para, de forma humanitária e fraterna, minimizarmos as carências do outro, pensando em políticas públicas eficazes, sobretudo, que atentam aos lamentos dos mais necessitados.

 

 

Por Marileide Fontes

 

 

 

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