Muito se discute sobre o impacto da Inteligência Artificial (IA) em diversas áreas. Mas, também se levanta a questão de como utilizar essa tecnologia no auxílio da atividade humana. E é nesse cenário de desenvolvimento tecnológico, que surge a Plataforma LEIA, baseada no ensino da Língua Portuguesa, Inglês e Espanhol, e que usa a Inteligência Artificial por meio de uma abordagem inovadora, evitando confusões na transferência de processos linguísticos.
A LEIA faz parte do projeto de incubação do Programa InovaUFPI, gerenciado pela Pró-Reitoria de Pesquisa e Inovação (PROPESQI). Surgiu como resultado de uma pesquisa acadêmica que teve início em um mestrado e se desenvolveu ao longo de um doutorado da professora Aratuza Rocha, com co-orientação do Prof. Fábio Rocha da Universidade Federal do Piauí. Ao longo de uma década, essa pesquisa evoluiu para uma metodologia de aprendizado baseada em literatura, visando evitar erros comuns relacionados à transferência de conhecimento da língua materna para a língua-alvo.
O próximo passo foi a criação da plataforma LEIA, utilizando Inteligência Artificial para avaliar o progresso dos alunos. E, diferentemente de aplicativos convencionais, a LEIA não é apenas um jogo ou um app individual de aprendizado de línguas. Ela oferece um acompanhamento avaliativo contínuo, adaptando a dosagem de aprendizado à medida que os alunos progridem, promovendo uma experiência única no mercado.
Para o professor e coordenador do projeto, Fábio Rocha, além de focar inicialmente na idade infantil, a LEIA reconhece seu potencial no ensino para adultos. “A plataforma se destaca como uma ferramenta que não apenas ensina, mas fornece dados valiosos para supervisores, professores, diretores e pais, permitindo uma compreensão mais profunda dos desafios e avanços no aprendizado de línguas”, afirmou.
Com um olhar voltado para as necessidades educacionais do Brasil, a LEIA visa auxiliar os desafios enfrentados no aprendizado de línguas, não apenas estrangeiras, mas também a própria língua materna. Ao proporcionar dados e insights, a plataforma busca ser uma aliada no aprimoramento do ensino de línguas, contribuindo para a construção de uma base educacional mais sólida no país.
A aluna do curso de Letras Inglês e bolsista no projeto, Adelaide Ravena, acredita que a experiência contribuiu de forma enriquecedora na sua formação acadêmica. “Eu ainda não tinha tido um contato direto com o desenvolvimento de um negócio. Tivemos todo um treinamento junto com o Sebrae, uma aceleração que trouxe justamente esse conhecimento novo que eu não tinha e que foi muito bom porque eu posso agora pensar até mesmo em projetos meus, e por em prática com o conhecimento adquirido por esse treinamento. O trabalho em equipe que eu acredito que acrescenta no desenvolvimento pessoal e junto a tudo tem a colaboração com o professor que sempre foi muito aberto às nossas ideias”, contou a estudante.
Atualmente, a plataforma está na fase final de testes laboratoriais, a previsão é que na metade de 2024 a plataforma seja implantada para testes em escolas públicas e privadas para então ser lançada no mercado.
Fonte: Portal A10+