Trabalhadores relatam inconsistências no simulador de aposentadoria do INSS
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Publicado em 20/02/2024

Usuários do aplicativo Meu INSS do Instituto Nacional do Seguro Social estão relatando inconsistências no simulador de aposentadoria. Há casos em que os trabalhadores informam perder mais de 30% de um possível benefício e dos meses de contribuição quando acessado em períodos diferentes.

 

A situação ocorreu com um trabalhador que preferiu não se identificar e possui mais de 38 anos de contribuição ininterrupta para o INSS. Na primeira simulação dele, feita em 2022 com o cálculo cheio de 100%, o valor de 460 meses de contribuição gerou aproximadamente R$ 5.800 reais de benefício. Já no cálculo realizado em 2024, a quantidade dos meses de contribuição e o valor do benefício reduziram mais da metade.

 

Em outra simulação, realizada no ano de 2022 com a regra de transição de 50%, o valor do benefício chegou a R$ 4.600 aproximadamente no período de 460 meses de contribuição. Porém, em 2024, os meses de carência diminuíram para 288 e o valor do benefício para R$ 1.882. O trabalhador se questiona o motivo do benefício diminuir apesar de ter mais meses de contribuição.

Em entrevista ao Notícia da Manhã, a advogada especialista em direito previdenciário, Marcelle Pizzatto, destaca que a falha no simulador do INSS é constante e aponta um dos motivos para a inconsistência.

 

“Infelizmente essa questão da falha do simulador do INSS é constante. Essas falhas se dão porque na grande maioria das vezes o segurado está tendo falha no Cadastro Nacional das Informações Sociais, conhecido como CNIS. O simulador do INSS simplesmente pega todos os períodos constantes nesse cadastro nacional, joga para seu sistema e realiza o cálculo. Se dentro do Cadastro Nacional das Informações Sociais existirem vínculos que são passíveis de ser ajustados, que possuem indicadores onde falam que há períodos extemporâneos, onde relatam que há contribuições com valores menores ao devido e entre outras situações, o simulador não consegue absorver que existem esses erros e realiza esses cálculos. Por isso, na grande maioria das vezes, o simulador se mostra com essa inconsistência e imprecisão na hora da realização de uma simulação da aposentadoria”, explica.

 

Marcelle Pizzatto destaca que, para que o trabalhador não sofra com perdas na hora de solicitar benefício, é indispensável que ele procure um especialista para realizar um planejamento previdenciário.

 

“Após a reforma da Previdência Social, se faz indispensável, antes da solicitação de qualquer tipo de aposentadoria, que esse segurado busque um especialista e faça o chamado planejamento previdenciário. Esse planejamento, justamente, vai realizar um estudo de todas as contribuições, passadas, presentes e futuras que o segurado possa contribuir para o regime geral de previdência social, bem como ele já vai indicar quais são os pontos a serem ajustados nesse CNIS porque se o segurado solicitar aposentadoria sem ajuste desse CNIS, ele com certeza terá um prejuízo”.

 

Em nota, o INSS informou que a simulação não garante o direito ao benefício e que algumas informações podem ter sido incluídas ou alteradas durante a simulação, de modo que o requerente pode questionar ou apresentar documentos em caso de divergências. Veja nota na íntegra abaixo: O INSS lembra que, ao realizar o serviço "Simulação de Aposentadoria", no demonstrativo, o usuário tem a informação de que se trata de uma "simulação, por isso, não garante o direito ao benefício". Ele também é comunicado que "Algumas informações podem ter sido incluídas ou alteradas durante a simulação".

 

Portanto, os dados que constam na simulação NÃO necessariamente serão utilizadas na análise do pedido de um benefício, em que o INSS sempre confere as informações disponibilizadas pelo requerente.

 

Desse modo, se o requerente entender que existem divergências, ele pode questionar ou apresentar documentos para que sejam feitas as devidas alterações.

 

Qualquer dúvida, a pessoa pode procurar os canais de comunicação: o telefone 135 ou o site MEU INSS.

 

Seção de Comunicação Social
Gerência Executiva do INSS/PI

 

 

Fonte: Cidade Verde

 

 

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