A Universidade Federal do Piauí (UFPI) informou, nessa quinta-feira (24), que houve um corte de R$ 6,3 milhões no Orçamento desse ano. O montante seria destinado para despesas discricionárias.
"Ao contrário das chamadas “despesas obrigatórias” — como salários e aposentadorias, que são protegidas por lei — as despesas discricionárias são as primeiras a sofrer cortes em momentos de ajuste fiscal. Porém, elas são justamente as que garantem que a universidade funcione no dia a dia", afirmou a instituição.
No caso, a redução dos valores colocaria em "risco o funcionamento cotidiano da Instituição - das contas básicas ao apoio estudantil, passando pela manutenção de laboratórios, prédios e contratos terceirizados".
A UFPI explica que a perda de R$ 6,3 milhões representa uma diferença entre o que foi inicialmente proposto pelo Governo Federal e o que de fato foi aprovado no Congresso Nacional. "Parte da perda foi amenizada por uma emenda parlamentar de R$ 2 milhões, mas o impacto líquido permanece significativo", destacou.
Reduções por área:
- Funcionamento das instituições: R$ 3,6 milhões
- Assistência estudantil: R$ 1,4 milhão
- Fomento à graduação e pesquisa: R$ 327 mil
- Educação profissional: R$ 411 mil
A instituição detalhou que o orçamento público é organizado segundo a lógica do Resultado Primário (RP). Cada RP define o tipo de despesa e seu nível de prioridade. O corte veio inteiramente de RP 2 - despesas discricionárias, como contas, bolsas e contratos. As despesas RP 1 (obrigatórias) foram mantidas.
"Os números mostram que a UFPI está tentando fazer mais com menos. O corte de R$ 6,3 milhões líquidos compromete justamente as ações que sustentam ensino, pesquisa e extensão", detalhou.
Ainda em nota, a UFPI relatou os desafios que devem ser enfrentados com a medida.
Veja a íntegra:
A UFPI forma profissionais, movimenta a economia e transforma vidas. Defender o orçamento da universidade é defender o direito à educação e à ciência no Brasil. A comunidade pode colaborar ao compartilhar informações confiáveis, cobrar representantes políticos e valorizar a instituição pública.
A crise orçamentária da UFPI é reflexo de decisões que afetam diretamente o futuro da educação no país. Recompor o orçamento das universidades não é um gasto: é um investimento estratégico para o desenvolvimento nacional e a justiça social.
Diante desse cenário desafiador, a Administração Superior reafirma seu compromisso com a defesa da educação pública, gratuita, de qualidade e socialmente referenciada. Nesse sentido, informa que já foram realizadas articulações junto a parlamentares, resultando na liberação de emendas parlamentares que mitigaram parcialmente os impactos do corte, sendo uma delas no valor de R$ 2 milhões.
Vale mencionar, ainda, o trabalho intenso e propositivo da ANDIFES junto ao MEC e à Secretaria de Educação Superior (Sesu), de forma articulada com as universidades, fortalecendo a rede de ações em defesa das instituições de ensino superior.
Fonte: Portal A10+ com informações da UFPI