“Ninguém pode dizer: “Eu sou justo” ou “eu não sou como aquele ou como aquela”. Eu sou pecador. Eu diria que é quase o primeiro nome que todos temos: pecadores. E depois, por que somos pecadores? Desobedecemos – sempre em relação com o Senhor: Ele disse uma coisa e nós fizemos outra. Não ouvimos a voz do Senhor. Ele nos falou tantas vezes. Na nossa vida, cada um pode pensar: “Quantas vezes o Senhor falou para mim... Quantas vezes não o escutei!”. Falou pelos pais, pela família, pelo catequista, na igreja, nas pregações, também falou no nosso coração”.
Mas nós nos rebelamos: este é o pecado portanto, é “rebelião”, é “obstinação” em seguir as “perversas inclinações do nosso coração”, caindo nas “pequenas idolatrias de cada dia”, “cobiça’, “inveja”, “ódio” e em particular, “maledicência”, aquele falar pelas costas que o Pontífice define como “a guerra do coração para destruir o outro”.
E é por causa do pecado – como está escrito na página de Baruc – que perseguem-nos tantas calamidades, porque “o pecado arruína o coração, arruína a vida, arruína a alma, enfraquece, adoece”, mas é sempre – precisa o Pontífice - um pecado em relação a Deus:
“Não é uma mancha para tirar. Se fosse uma mancha, bastaria ir à lavanderia para ser limpa... Não! O pecado é uma relação de rebelião contra o Senhor. É feio em si mesmo, mas feio contra o Senhor que é bom. E se eu penso assim os meus pecados, ao invés de entrar em depressão, tenho aquele grande sentimento: a vergonha, a desonra que diz o profeta Baruc. A vergonha é uma graça”.
A vergonha “abre a porta à cura”. Este é então o convite que o Papa dirige a todos, ao concluir sua reflexão: sentir vergonha diante do Senhor pelos nossos pecados e pedir para sermos curados:
“Quando o Senhor nos vê assim, envergonhados por aquilo que fizemos, e com humildade pedimos perdão, Ele é onipotente, apaga, nos abraça, nos acaricia e nos perdoa. Mas este é o caminho para chegar ao perdão, aquele que hoje o Profeta Baruc nos ensina. Louvemos hoje ao Senhor porque quis manifestar a onipotência justamente na misericórdia e no perdão; depois, também na criação do mundo, mas isto por segundo. Sobretudo na misericórdia e no perdão, e diante de um Deus assim tão bom, que perdoa tudo, que tem tanta misericórdia, peçamos a graça da vergonha”. (JE)
Por Rádio Váticano