Conheça os cineastas oeirenses que já têm seis filmes lançados e preparam o sétimo
10/11/2015 09:05 em Novidades

“Abreu e suas 3 mulheres” , “As aventuras de Xixi e Cocô” , “Zaion – O cavaleiro do mal”, “No tempo do chifre” , “Só se for agora”. Os títulos, ainda desconhecidos pelo grande público, são de longas-metragens produzidos por dois cineastas amadores oeirenses. Desde 2010, Antoniel de Abreu, 19 anos, e o tio dele, Domingos de Abreu, de 29, roteirizam, produzem, gravam, dirigem e atuam em filmes nascidos de suas imaginações e vontade de fazer cinema.

 

O primeiro, “Abreu e suas 3 mulheres” é baseado em fatos reais e narra a história do pai de Mimingo de Abreu, nome artístico de Domingos, estrela do longa no papel do homem que teve mais de uma dezena de filhos em três casamentos. A produção tem cenas gravadas em São Paulo, Campinas, áreas rurais de Oeiras e em Novo Oriente, terra natal de boa parte da família dos cineastas.

 

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Cartaz do filme “Abreu e suas 3 mulheres” 2; Foto: Arquivo Pessoal

 

“Começamos a gravar no quintal de casa. Depois fui a São Paulo buscar minha mãe, fiz umas cenas lá e colocamos no começo do filme. Você pensa até que o filme é produzido no Rio de Janeiro. É bem profissional”, descreve.

 

A história, que ganhou até uma continuação – “Abreu e suas 3 mulheres” 2, é construída com base em relatos de parentes e pitadas de ficção e improviso. “O texto é improvisado, mas o roteiro todo é pensado. Sempre dá uns errozinhos que a gente usa no final do filme. Os atores se divertem”, descontrai Mimingo de Abreu, que também protagoniza outros longas da Antoniel Produção, nome que batiza a produtora dos filmes.

 

“Meu pai cometeu suicídio, mas minha mãe pediu para não colocar isso no filme. Colocamos de outra maneira. Minha mãe até se emocionou vendo”, confidencia o ator, diretor e roteirista, entregando o desfecho do filme.

 

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Os cineastas amadores Mimingo e Antoniel de Abreu em visita ao Portal Integração; Foto: Rogério Silva

 


Filmes são vendidos por R$ 3

 

O patrocínio de cinco comerciantes do bairro onde moram, a Vila São José, na periferia da cidade, ajuda os cineastas a arcar com os custos das produções. “A gente usa o dinheiro para pagar algumas viagens que fazemos e, às vezes, até sobra um pouco pros atores”, diz Mimingo.

 

Os produtores contam que o processo de filmagem das películas é demorado. “A gente grava mais é no final de semana”, entrega Mimingo, explicando que tem dificuldade de reunir o elenco – as produções chegam a reunir 50 atores no casting.

 

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Cartaz do filme “No tempo do chifre”; Foto: Arquivo Pessoal

 

A primeira parte de “Abreu” demorou mais de um ano para ficar pronta, comenta Antoniel, que faz o trabalho de edição das imagens. A sequência tem 1h30 de duração na primeira parte e quase 2h na segunda.

 

Depois de editadas, as produções são reproduzidas em DVD e distribuídas a vendedores ambulantes. “Eles vendem por R$ 3 ou dois por R$ 5”, pontua Domingos, seguido por Antoniel, que informa que os filmes também estão à venda em sua casa.

 

Filmes são lançados na rua

 

A produção dos filmes envolve toda a família Abreu e o elenco dos longas é composto por vizinhos e parentes dos cineastas. Ainda longe dos tapetes vermelhos hollywoodianos, os lançamentos dos filmes são feitos em frente às casas dos cineastas. “Fechamos a rua e colocamos o filme no telão. Sai muita gente até outros bairros para ver”, comenta Mimingo.

 

Para anunciar o lançamento do último longa, “Só se for agora”, a dupla fez propagandas em carros de som e postou chamadas no Facebook. Antoniel explica mantém o canal de vídeos no Youtube, mas as produções ainda não estão abertas ao público.

 

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Chamado do filme “Só se for agora”; Foto: Arquivo pessoal

 

As primeiras imagens dos longas foram feitas pelo celular de Mimingo – um smartphone da marca Samsung. “Nem dá para perceber que é de celular”, comenta.

 

Logo depois, o pai de Antoniel o presenteou com uma câmera digital. Agora, os filmes são feitos em uma câmera profissional específica para vídeos. “Queremos montar um estúdio e comprar equipamentos mais modernos”, planeja Mimingo, depois de comentar que tem o sonho de ser ator profissional.

 

Perguntados sobre a inspiração para roteirizar e dirigir os longas, a dupla de cineastas oeirenses confessa: “A gente não se inspira em ninguém. Acho que é por isso que não sai muito bom” , diz Mimingo, enquanto sorri. “Gosto de histórias de chifre”, completa Antoniel, confidenciando uma fixação por traições amorosas.

 

Comédia, drama, drogas e embate entre mocinhos e vilões são temáticas recorrentes nos filmes dos cineastas oeirenses. “‘Abreu’ é um história real, tem drama e comédia; ‘Zaion’ é sobre um vilão que luta contra o bem; ‘As aventuras de Xixi e Cocô’ fala sobre drogas e mostra um pouco da realidade de Oeiras, onde adultos incentivam crianças a vender drogas”, analisa Mimingo de Abreu.

 

Apesar de já ter sido gravado há algum tempo, ‘Zaion’ nunca foi reproduzido em DVD. “Na época eu era bem tímido, tinha vergonha”, confessa o cineasta e protagonista do filme, contando que apenas uma produção da dupla teve cenas gravadas no centro de Oeiras. “A maioria dos atores tem vergonha de gravar no centro”, pontua Mimingo.

 

Domingos e Antoniel dizem que já tentaram exibir suas produções no Cine Teatro Oeiras. “Mas, na época Antoniel achou muita burocracia e desistimos”, comenta Mimingo. Agora, a dupla quer ganhar visibilidade para apresentar seu trabalho em canais de televisão e levar suas histórias para novas plateias.

 

 

 

 

 

Fonte: Portal Integração

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