É natal no mundo inteiro!
Enfeites e decorações formam um cenário deslumbrante de luzes e cores. Culinárias e mesas expõem a diversidade de pratos e sabores. Artistas, designers, cantores, industriários, investidores, banqueiros, produtores, comerciantes, feirantes, ambulantes, cambistas… todos mobilizados e atentos; um verdadeiro exército de gente; todos prontos e preparados.
Quanta criatividade e exuberância, quanta novidade e ostentação, quanto dinheiro e luxo, quanta fartura e badalação, quanta festa e evento, quanto produto e promoção, quanto sorteio e venda, quanta viagem e excursão, quanto presente e compra, quanta alegria e comemoração, quanta comida e bebida, quanto prazer e diversão…
Os Hotéis encontram-se lotados; as casas das famílias recebendo parentes e amigos; as ruas intransitáveis num vai e vem interminável; os meios de comunicação bombardeiam músicas, mensagens e ideias.
Papai Noel – em todas as versões e tamanhos, boneco ou natural – espetaculariza o sonho de natal com o imaginário coletivo do trenó, das renas, dos presentes… Ocupam as mídias e redes sociais com cenas, fotos e selfies. Roubam a cena como garotos-propaganda das invenções do consumo.
Enquanto isso, na manjedoura, em Belém, o verdadeiro natal acontece com outro brilho, com outra luz, com outra cor, com outro sabor, com outro cheiro, com outra conexão, com outra criatividade, com outra visão, com outra ênfase e, apenas, com algumas testemunhas.
“Naqueles dias, o imperador Augusto publicou um decreto, ordenando o recenseamento em todo o império. Esse primeiro recenseamento foi feito quando Quirino era governador da Síria. Todos iam registrar-se, cada um na sua cidade natal. José era da família e descendência de Davi. Subiu da cidade de Nazaré, na Galiléia, até à cidade de Davi, chamada Belém, na Judéia, para registrar-se com Maria, sua esposa, que estava grávida. Enquanto estavam em Belém, se completaram os dias para o parto, e Maria deu à luz o seu filho primogênito. Ela o enfaixou, e o colocou na manjedoura, pois não havia lugar para eles dentro da casa.
Naquela região havia pastores, que passavam a noite nos campos, tomando conta do rebanho. Um anjo do Senhor apareceu aos pastores; a glória do Senhor os envolveu em luz, e eles ficaram com muito medo. Mas o anjo disse aos pastores: ‘Não tenham medo! Eu anuncio para vocês a Boa Notícia, que será uma grande alegria para todo o povo: hoje, na cidade de Davi, nasceu para vocês um Salvador, que é o Messias, o Senhor. Isto lhes servirá de sinal: vocês encontrarão um recém-nascido, envolto em faixas e deitado na manjedoura.’ De repente, juntou-se ao anjo uma grande multidão de anjos. Cantavam louvores a Deus, dizendo: ‘Glória a Deus no mais alto dos céus, e paz na terra aos homens por ele amados.’
Quando os anjos se afastaram, voltando para o céu, os pastores combinaram entre si: ‘Vamos a Belém, ver esse acontecimento que o Senhor nos revelou.’ Foram então, às pressas, e encontraram Maria e José, e o recém-nascido deitado na manjedoura. Tendo-o visto, contaram o que o anjo lhes anunciara sobre o menino. E todos os que ouviam os pastores, ficaram maravilhados com aquilo que contavam. Maria, porém, conservava todos esses fatos, e meditava sobre eles em seu coração. Os pastores voltaram, glorificando e louvando a Deus por tudo o que haviam visto e ouvido, conforme o anjo lhes tinha anunciado.” (Lucas 2,1-20).
Ora, se este é o natal de Jesus, que natal é este que está acontecendo no mundo inteiro? O que as pessoas estão comemorando mesmo?
Não se trata do mesmo natal. É outra invenção. Voltemos, então, ao natal de Jesus e permitamos que ele faça, ainda hoje, conosco, o que ele veio fazer como enviado do Pai, a partir da pequenez e da manjedoura.
Por: Pe. Edivaldo Pereira dos Santos