O Brasil melhorou uma posição no ranking de liberdade de imprensa divulgado pela organização Repórteres Sem Fronteira, mas ainda faz parte da metade inferior do ranking, na posição 102, entre os 180 países investigados e a melhora não aponta nenhum mérito,  já que o país está praticamente estagnado  desde que o ranking começou a ser feito em 2012 e o avanço decorre principalmente de uma reorganização dos outros países.

O Brasil é o segundo país das Américas com maior número de jornalistas assassinados por causa da profissao,  26 de 2000 para cá,  atrás apenas do México, o país mais perigoso da América para ser jornalista. O chefe da RSF para a América Latina, Emmanuel Colambié  alerta que as ameaças à imprensa costumam se intensificar no período pré-eloitoral.

A organização também salienta que o Brasil precisa de novos marcos regulatórios que desfaçam o monopólio dos grupos midiáticos  e enfrentem o controle de meios de comunicação por parte de grupos políticos e religiosos.  Além disso,  se preocupa com o aumento no número de processos judiciais contra jornalistas e com a edição de lei contra as chamadas Fake News. Os Repórteres Sem Fronteira defendem iniciativas que eduquem a população para reconhecer notícias falsas e privilegiem fontes confiáveis, ao invés de leis criminalizantes. Colambié destaca ainda que a hostilidade contra a imprensa também vem crescendo no Brasil,  seguindo uma linha observada em todo o mundo.

Um grande exemplo disso é os Estados Unidos,  que caiu duas posições no ranking  graças a postura estimulada pelo presidente Donald Trump, que já classificou jornalistas como inimigos do Estado. A RSF destaca também que a atuação do Estado é a principal causa das situacoes dramáticas verificadas na Venezuela, na República Tcheca e na Turquia e que, apesar da Europa ainda ser a região mais segura para o trabalho da imprensa,  o avanço dos discursos ultranacionalistas também levou a uma queda no ranking.

 Fonte: Rádio Agência