Trinta e dois milhões de crianças brasileiras vivem na pobreza. É o que aponta o UNICEF, Fundo das Nações Unidas para a Infância e Adolescência, que divulgou, na última terça-feira (14), o estudo inédito Pobreza na Infância e na Adolescência.
O número equivale a 6 em cada 10 crianças vivendo na pobreza, no Brasil.
A representante do UNICEF no Brasil, Florence Bauer, explica a amplitude do estudo, que classifica a pobreza em seis fatores, além da questão financeira.
Fábio Paes, assessor de incidência política da entidade de defesa das crianças, Aldeias Infantis, considera os números alarmantes.
O que mais afeita à maioria é a falta de saneamento básico. Direito que é negligenciado para uma em cada quatro crianças. A situação é pior na região Norte, onde o problema atinge quase 45% delas.
Em seguida, o acesso à educação, que afeta quase nove milhões de crianças e adolescentes. Depois faltam água, informação, moradia digna e o grupo é submetido, também, ao trabalho infantil.
Para Fábio Paes, os problemas refletem uma série de outros, ligados a políticas públicas.
Florence Bauer, do UNICEF, argumenta que, para a situação ser revertida, é preciso priorizar crianças e adolescentes em qualquer governo.
Para ela, a qualidade de vida dessa população interfere, inclusive, na economia do país.
Ao analisar grupos específicos, o estudo revela que a pobreza atinge mais os adolescentes que as crianças, mais os negros que os brancos, mais os da zona rural que os das cidades e muito mais nas regiões Norte e Nordeste, que no restante do país.
Legislação brasileira, faixa etária e os dados disponíveis na Pnad, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, são critérios do documento.
Por ser inédito, ele ainda não pode apontar se a situação melhorou ou piorou, no país.
Procurado pela Rádio Nacional para comentar os números, até o fechamento desta reportagem, o Ministério do Desenvolvimento Social não se manifestou.
Fonte: Rádio Agência