Vacinação contra sarampo e pólio é prorrogada novamente
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Publicado em 04/09/2018

NATÁLIA CANCIAN
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Sem atingir a meta ideal, a campanha nacional de vacinação contra sarampo e poliomielite será agora prorrogada até 14 de setembro, informou nesta segunda-feira (3) o Ministério da Saúde.

Balanço preliminar da pasta indica que 88% das crianças de 1 ano a menores de 5 anos já foram vacinadas, o equivalente a 9,8 milhões de pessoas. A meta, porém, era vacinar até 95% do público-alvo, composto de 11,2 milhões de pessoas, até a última sexta-feira, 31 de agosto, data final da campanha.

Até agora, apenas sete estados atingiram esse percentual: Amapá, Santa Catarina, Pernambuco, Rondônia, Espírito Santo, Sergipe e Maranhão. Os demais ainda estão abaixo desse índice. A menor cobertura ocorre no Rio de Janeiro, onde apenas 68% das crianças já foram vacinadas.

Diante da dificuldade, municípios de diferentes regiões do país realizaram um dia D no último sábado (1º). Outro ocorreu em 18 de agosto. A adesão, no entanto, ainda ficou abaixo do esperado. Agora, a recomendação é que estados e municípios façam busca ativa para garantir que todo o público-alvo da campanha seja vacinado.

Neste ano, a campanha de vacinação é "indiscriminada", o que significa que mesmo crianças que já estão com a carteirinha de vacinação em dia devem receber novas doses de reforço contra as duas doenças. O objetivo é elevar a cobertura vacinal no país e reforçar a proteção de quem já foi vacinado. Desde fevereiro, o país já registra 1.553 casos de sarampo, com sete mortes. Outros 6.975 casos permanecem em investigação.

Já a poliomielite preocupa diante da queda nas coberturas vacinais, o que aumenta o risco de retorno da doença caso haja nova reintrodução do vírus no país e contato com não vacinados. Durante a mobilização, a aplicação das doses tem esquemas diferentes dependendo da situação vacinal de cada criança.

Aquelas que nunca tomaram nenhuma dose de vacina contra a poliomielite, por exemplo, devem receber uma dose da VIP (vacina injetável). Já aquelas que já tiverem tomado uma ou mais doses recebem a VOP (vacina oral), conhecida como gotinha. A ideia é reforçar a imunização contra a doença. Contra o sarampo, a campanha prevê que todas as crianças recebam uma dose da vacina tríplice viral. A exceção são aquelas que já foram vacinadas nos últimos 30 dias.

Segundo as secretarias de Saúde, a vacina é contraindicada apenas para crianças imunodeprimidas, como aquelas submetidas a tratamento de leucemia e pacientes de câncer. Já crianças alérgicas à proteína lactoalbumina, presente no leite de vaca, devem informar o quadro às equipes de saúde. Neste caso, elas recebem outra vacina contra sarampo, produzida pelo instituto BioManguinhos.

Como mostrou reportagem da Folha do último domingo (2), há diversos fatores que podem contribuir para explicar porque tantas pessoas correm risco e deixam de vacinar seus filhos. Por um lado, o Estado tem dificuldade em saber quem já foi vacinado –um sistema de cadastramento foi criado, mas seu uso é limitado. Os horários de funcionamento dos postos de saúde e a exigência de certos documentos também complicam a vida dos pais.

O medo de reações adversas, a falsa sensação de segurança em relação a doenças menos frequentes e incompreensão em torno da revacinação também dificultam o sucesso da campanha.

 

Fonte: (FOLHAPRESS)

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