Queridos jovens!
«Maria, não temas, pois achaste graça diante de Deus» (Lc 1, 30). Estas são “as palavras que o mensageiro de Deus, o arcanjo Gabriel, dirigiu a Maria, uma jovem simples duma pequena povoação da Galileia” que perante esta “inesperada aparição” ficou preocupada e “surpreendida” – escreve o Papa na sua Mensagem recordando que “Maria, como outras personagens da Sagrada Escritura, treme perante o mistério do chamamento de Deus”. Francisco interpela os jovens afirmando que “Deus lê também no nosso íntimo”.
O Papa afirma na sua Mensagem que hoje existem nos jovens muitos medos, dúvidas e preocupações e propõe-lhes uma atitude para conviver com as dúvidas “que se aglomeram” no “coração”: a atitude do “discernimento”. Uma atitude de reflexão ativa que deve passar por interrogações pessoais, olhando para dentro de si mesmo:
O discernimento pode ajudar a superar os medos, pode ajudar a buscar a própria vocação, pode ajudar a fazer “o silêncio para escutar a voz de Deus que ressoa na consciência” e pode ajudar ao “diálogo com os outros, nossos irmãos e irmãs na fé” – afirma o Papa pedindo aos jovens que não percam a prazer de viver com os outros na amizade:
“Nunca percais o prazer de gozar do encontro, da amizade, o prazer de sonhar juntos, de caminhar com os outros. Os cristãos autênticos não têm medo de se abrir aos outros, de compartilhar os seus espaços vitais transformando-os em espaços de fraternidade. Não deixeis, queridos jovens, que os fulgores da juventude se apaguem na escuridão duma sala fechada, onde a única janela para olhar o mundo seja a do computador e do smartphone. Abri de par em par as portas da vossa vida! Os vossos espaços e tempos sejam habitados por pessoas concretas, relações profundas, que vos deem a possibilidade de compartilhar experiências autênticas e reais no vosso dia-a-dia” – escreve o Santo Padre.
Maria
“« Eu chamei-te pelo teu nome» (Is 43, 1). O primeiro motivo para não temer é precisamente o facto de Deus nos chamar pelo nome” – é com esta constatação que o Santo Padre sublinha na sua Mensagem aos jovens que “dar nomes é próprio de Deus”. Na obra da criação Deus “chama à existência cada criatura com o seu nome” – diz o Papa assinalando que “por trás do nome, há uma identidade, aquilo que é único em cada coisa, em cada pessoa, aquela essência íntima que só Deus conhece profundamente”.
Desta forma, Deus “quando chama pelo nome uma pessoa” está a revelar-lhe “a sua vocação, o seu projeto de santidade e de bem pelo qual essa pessoa será um dom para os outros e se tornará única” – escreve o Papa sublinhando que o chamamento divino “exige a coragem de nos desvincularmos da pressão homogeneizadora dos lugares-comuns, para que a nossa vida seja verdadeiramente um dom original e irrepetível para Deus, para a Igreja e para os outros”.
“ Assim, queridos jovens, ser chamados pelo nome é um sinal da nossa grande dignidade aos olhos de Deus, da sua predileção por nós ”
Fonte: JMJ Panamá 2019