Festival de Sementes da Fartura reunirá centenas de agricultores e agricultoras em Picos
18/07/2016 08:31 em Novidades

O Fórum Piauiense de Convivência com o Semiárido (FPCSA) vai realizar nos dias 28 e 29 de julho, no município de Picos, o II Festival das Sementes da Fartura do Piauí. O público esperado é de aproximadamente 500 pessoas, entre agricultores e agricultoras familiares, técnicos, representantes de ONGs e de órgãos de pesquisa do Governo. O evento promoverá o encontro de produtores da agricultura familiar de todas as partes do Estado em um intercâmbio de conhecimento e trocas de sementes, além do fortalecimento do patrimônio genético do Semiárido.

A finalidade do evento é contemplar o trabalho realizado pelas entidades do FPCSA junto às comunidades rurais do Estado. Através dos encontros e capacitações dos Programas de Formação e Mobilização Social para a Convivência com o Semiárido, os agricultores e agricultoras são incentivados a preservar, resgatar, multiplicar e guardar suas sementes nativas com o intuito de proteger o patrimônio genético de cada região.

Com caráter também educativo, o festival promoverá, além da Feira de Sementes, intercâmbios e trocas de sementes entre os (as) agricultores (as). As entidades que formam o FPCSA estão fazendo junto às comunidades a mobilização e preparação para o evento, que consiste na capacitação dos participantes no processo de produção, seleção, multiplicação e embalagem das sementes de forma adequada.

No evento, ainda será realizada uma caminhada com o objetivo de atrair a população local e chamar atenção para a importância das nossas sementes crioulas, conhecidas no Piauí como “Sementes da Fartura”.

Histórico do Fórum Piauiense de Convivência com o Semiárido

O FPCSA é uma articulação de organizações da sociedade civil que atua a favor do desenvolvimento social, econômico, político e cultural do Semiárido. Criado em 1990 com o nome Fórum da Seca, nasceu com o objetivo de discutir políticas de enfrentamento dessa problemática.

Em 1997, a rede foi rearticulada a partir de um novo olhar, quando recebeu a denominação de Fórum Piauiense de Convivência com o Semiárido. A partir daí, foi configurada a missão de materializar os sonhos de centenas de pessoas que acreditam no seu potencial e querem melhorar as condições de vida na região.

Desde então, o FPCSA trabalha para uma mudança de concepção do Semiárido como região impossível de viver e contra a ideia do “combate à seca”, causador da dependência e passividade política. A mudança para a perspectiva da “convivência” com as condições climáticas locais promove valorização e respeito ao ecossistema e propõe desenvolvimento sustentável da região, através da cidadania.

Sementes da Fartura – Origem do Nome

As sementes sempre estiveram presentes na vida dos agricultores e agricultoras. Sendo, portanto, indispensáveis à vida no planeta. Cada povo, ao longo dos séculos, conforme sua região e de acordo com as condições climáticas, vem selecionando e dando nomes às variedades guardadas e armazenadas. Essas sementes nativas e de variedades tradicionais ficaram conhecidas como Crioulas.

No Piauí, a exemplo de outros Estados, produtores da agricultura familiar também sentiram a necessidade de dar às Sementes Crioulas um nome que as identificassem de imediato como riqueza herdada dos antepassados. Esse nome deveria representar soberania e segurança nutricional e alimentar nas comunidades.

Desse desejo, no primeiro encontro estadual das sementes, realizado em 09 de setembro de 2011, na sede do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Pedro II, o geógrafo e assessor técnico do Centro Regional de Assessoria e Capacitação (CERAC), José Maria Saraiva, analisando a quantidade de grãos que uma só semente é capaz de produzir, o seu poder de multiplicação e a fartura promovida por ela, sugeriu à plenária o nome Sementes da Fartura. A aceitação foi unânime. Nesse dia, as Sementes Crioulas do Piauí foram batizadas Sementes da Fartura. O nome foi consolidado no I Festival das Sementes da Fartura do Piauí, realizado em julho de 2014, no município de Pedro II.

 

 

 

 

Fonte: agroecologia.org.br

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