O comércio brasileiro obteve em 2018, 3,7 trilhões em receitas operacionais líquidas, um avanço de cerca de 300 bilhões com relação a 2017. E, de acordo com a Pesquisa Anual do Comércio, divulgada nesta sexta-feira (26) pelo IBGE, também foi registrado aumento de 0,3% no número total de pessoas ocupadas e de 2,2% nos salários, retiradas e outras remunerações pagas.
isso significa que o setor ocupou cerca de 10,2 milhões pessoas em aproximadamente 1,7 milhão unidades locais, contando as empresas e suas filiais. Todo esse volume de trabalhadores acabou gerando pagamentos em torno de R$237 bilhões.
No entanto, a comparação com 2014, imediatamente pré-crise, ainda é desfavorável. A queda na quantidade de pessoas ocupadas foi de 4%, chegando a 7% no comércio por atacado.
O total de remunerações também foi 2,6% menor, tendo destaque no setor de veículos, peças e motocicletas, com redução de mais de 14%.
A gerente de análise e disseminação do IBGE, Synthia Santana, explica que esse setor foi o mais impactado pela crise em termos de receita, sendo o único a registrar quedas seguidas em 2015 e 2016. No entanto, o varejo, que emprega a maior quantidade de pessoas, também sofreu a sua cota.
Já em uma análise mais estrutural, comparando os resultados de 2018 com 2009, o varejo se destaca como o principal setor, mantendo a maior fatia de participação na receita operacional, 45,8%, contra 44,9% do atacado e 9,3% do comércio de veículos, peças e motocicletas que caiu quase 6 pontos percentuais em 10 anos. E de acordo com a gerente do IBGE, não para por aí.
O varejo também foi o único setor em que a média de salários subiu nos últimos dez anos, de 1,5 para 1,6 salários mínimos. Ainda assim, esses empregados recebem a menor remuneração do comércio, que foi, em média, 2 salários mínimos no comércio de veículos, e 2,8 no atacado, em 2018
A Pesquisa Anual do Comércio também fez algumas análises regionais e identificou uma queda na concentração da região Sudeste, em favor do Nordeste e do Centro-Oeste, mas que ainda assim respondeu em 2018 por 49,4% das unidades locais e 51,6% do pessoal ocupado no setor. As remunerações também são maiores no Sudeste alcançando a média de 2 salários mínimos, enquanto o Nordeste ocupa a outra ponta, com média de 1,5.
Fonte Radio Agencia
Postagem Camilla Marques