Ressurreição é o coração do anúncio cristão. São Paulo escrevendo aos cristãos de Coríntios destaca que esta é a notícia que lhe foi transmitida e que ele fielmente a transmite às comunidades: “Cristo morreu pelos nossos pecados segundo as Escrituras, foi sepultado e ressuscitou no terceiro dia segundo as Escrituras, e que apareceu a Pedro e depois aos Doze” (I Cor 15,3-5).
Cristo ressuscitou! Esta alegre notícia se transmite de geração em geração e se reforça com o testemunho dos mártires e dos santos. A fé na ressurreição nos leva a amar a vida, a crer na vida, a defender o senso da vida, a encher de alegria toda a vida.
Mas como aconteceu a Ressurreição de Cristo? Como foi consumado este fato extraordinário, que deu início a toda a aventura do cristianismo? Tudo aconteceu segundo o estilo que Cristo tinha inaugurado em Belém: a ressurreição não explodiu como uma bomba, mas desabrochou silenciosamente como um esplêndido jardim de primavera.
Improvisamente um grupo de homens medrosos se transforma em um time de corajosos, dispostos a enfrentar inclusive a morte. Por quê? Nada acontece sem uma causa! Qual é então a causa desta transformação? Os apóstolos dizem ter visto Cristo Ressuscitado. Enganaram-se estes homens? Foi uma alucinação coletiva? Não, não foi uma alucinação coletiva! Todos concordam em afirmar que é impossível uma alucinação coletiva que dure por anos e não caia nem mesmo diante da perseguição e do martírio.
Outros se perguntam ainda: é possível que um grupo de hebreus rigorosamente monoteístas, possa ao improviso ajoelhar-se diante de um homem que se proclama Filho de Deus e que morre condenado em uma Cruz? Algo aconteceu! E a explicação é a ressurreição de Jesus.
Se, por absurdo, a ressurreição de Jesus fosse um “falso histórico” haveríamos de nos perguntar: é possível que de um falso histórico nasça o movimento ideal maior que a história conheça e floresça o patrimônio de pensamento ao qual o mundo atinge inexoravelmente por mais de dois mil anos? Honestamente, reconhecemos uma conclusão que se impõe à razão: sem a ressurreição de Cristo é inexplicável o que aconteceu em torno d’Ele e depois d’Ele.
Mas o que é a ressurreição? É o evento que nos garante que a vida humana caminha em direção de outra vida: Caminha em direção à Terra Prometida. Chegou a Páscoa. Deixemos que a alegria do Cristo Ressuscitado irradie as nossas vidas e renove as nossas esperanças para colaborarmos com a construção de um mundo mais justo, mais fraterno e mais e solidário.
Deixemos que a Ressurreição de Cristo nos impulsione nesta amarga travessia do combate ao Coronavírus (Covid-19) e que brilhe a luz da vitória, onde todos sejam imunizados; que não haja mais mortes, nem necessidade de distanciamento e nem de uso de máscaras. Que os gestores cumpram com responsabilidade o seu papel de assegurar, o mais rápido possível, a vacina para todos os cidadãos. Que os profissionais de saúde possam se aliviar e descansar desta guerra absurda, no combate a um inimigo que não se vê. Que possamos novamente nos encontrar, nos abraçar, celebrar juntos a certeza da vida nova, a Ressurreição de Cristo no presente, e a esperança da Ressurreição para a vida eterna. Feliz Páscoa!
Dom Edilson Soares Nobre
Bispo Diocesano de Oeiras
Fonte Diocese de Oeiras
Edição e Postagem Camilla Marques