1,8 milhão de crianças e adolescentes foram submetidas ao trabalho infantil em 2019, e o trabalho infantil tem um perfil de cor e idade. São na maioria meninos negros na faixa de 16 e 17 anos e que residem em zonas urbanas. É o que mostra uma pesquisa lançada nesta segunda-feira (21) pelo Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil.
Além disso, a grande maioria dos trabalhadores adolescentes são informais, isto é, sem carteira assinada ou fora de programa de aprendizes: dos 1,5 milhão de adolescentes, 1,4 milhão eram trabalhadores informais. O número de crianças e adolescentes trabalhando diminuiu em relação a 2016, quando somavam 2,1 milhões, mas os consultores do Fórum Nacional de Prevenção e erradicação do trabalho Infantil ponderam que a diminuição está se dando de forma lenta e há muita subnotificação.
Para o mestre em Economia pela Universidade Federal de Uberlândia, Guilherme Silva, o trabalho infantil junto com o exercício de afazeres domésticos prejudica a formação escolar das crianças e adolescentes, na medida em que a criança ou adolescente fica com menos tempo para estudar e isso gera consequências para o seu futuro.
Para o economista da Gestos e ativista da agenda de financiamento sustentável, Cláudio Fernandes, o trabalho infantil é muitas vezes o sintoma da desintegração do núcleo familiar devido à pobreza e à desigualdade social.
Nesse sentido os pesquisadores lembraram que um dos objetivos do desenvolvimento sustentável da ONU é a erradicação do trabalho infantil até 2025. E que apesar de haver leis permitindo o trabalho de adolescentes a partir de 14 anos, os pesquisadores defenderam mudanças na legislação que garantam o direito a não trabalhar para crianças e adolescentes, com programas que estimulem sua permanência na escola como o Bolsa Família e a adoção de programas como renda básica universal.
Informações Agencia Brasil